quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mixed heavy feelings.



A morte brutal de Carlos Castro deixou-me, e acho que a muita gente também, com sentimentos contraditórios. Nos últimos dias não se fala noutra coisa, a imprensa quer espremer o assunto até ao tutano, mas sem nada de concreto a apontar. O que passou, e culminou na minha modesta opinião, é que um crime desta natureza, com mutilação genital e sem premeditação conhecida, deve ter acontecido num momento de insanidade do suposto homicida, depois, talvez, de um acumular insustentável de situações que lhe devem ter sido psicologicamente danosas.
Usando a minha lógica, se fosse algum plano, algo premeditado, o rapaz não tentaria fazer as coisas de outra forma de modo a encobrir o acto? Deixar-se-ia apanhar desta forma? Não faz sentido, a meu ver.
Sendo sincera, não morria de amores pela vítima, não me aquecia nem arrefecia, como se costuma dizer. Mas uma coisa tenho de afirmar, é que nenhuma pessoa de bem merece um final destes. Agora, temos é que saber se o visado era, de facto, uma pessoa de bem... se o jovem com quem proclamava ter uma relação amorosa se tentou projectar inicialmente, iludido com promessas que depois não foram minimamente cumpridas...se o pêndulo pende para o lado da vítima ou do agressor. Eu sei que muitos pensam que nada justifica a violência...podem discordar, mas existem situações em que acho que qualquer um de nós poderia cometer um crime. Se alguém que vos é muito querido fosse ameaçado, se fossem violentados psicologicamente, emocionalmente ou mesmo ao nível físico continuadamente...como muitas vítimas de maus tratos o são. Não seríamos num momento de explosão de sentimentos, capazes de fazer vingar toda a nossa frustração? É preciso deixar os falsos moralismos. E deixar de dizer "desta água nunca beberei". Sabemos lá as circunstâncias do futuro? Um filme que muito me vem à cabeça é o "Relatório minoritário", que relata muito bem o que disse.
Provavelmente, o jovem modelo nem imaginaria a alhada em que iria meter num futuro próximo...que teria a sua juventude, a sua vida altamente comprometida. Quando somos jovens temos tendência a olhar para o futuro como algo longínquo e a projectar pouco. Por isso erramos. E este erro vai-lhe custar caro, se foi ele de facto o culpado.
A única coisa que gostaria é que se fizesse justiça. Talvez a sorte no meio deste incidente macabro tenha sido o facto de ter sido cometido em solo americano...pois com o andamento da justiça portuguesa...

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