quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Devia ser crime...

...porem sete exames finais, com quilómetros de matéria cada um, com espaçamento de um dia entre si. Esta imagem resume bem os meus dias ( e as minhas "ricas" férias de Natal...). Se não der em maluquinha, e se ainda estiver viva, mais tarde passo por aqui.
Whish me luck!!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Catarina.

(primeiro livro da colecção Catarina Malye)

Eu tinha dito que falaria desta colecção, e faço-o agora. Catarina Malye é a protagonista desta série de livros escrita (muito bem, a meu ver) por Margarida Góis. Tal como muitos dos meus livros, este também me foi oferecido, quando tinha 12 anos e ainda não tina a maturidade suficiente para o entender com plenitude. Pois mesmo sendo apelidado de literatura juvenil, é adequado, e muito adequado à leitura por parte dos adultos! É uma reflexão crítica fabulosa do mundo actual, dos problemas sociais, dos dilemas políticos, do avanço da ciência e da problemática do crescimento em si. A personagem central é a princesa herdeira de um país fronteira entre o ocidente e o oriente, uma amálgama de culturas e credos, mas sob a ditadura de um  rei despótico, o tio da princesa, que espalha medo e receio pela população. A série começa quando Catarina tem 11 anos e se prepara para iniciar a sua educação formal de princesa herdeira, sucedendo um incidente neste primeiro livro que vai marcar a perda da sua inocência e o início das suas questões, na frágil barreira entre o certo e o errado e a consciencialização do clima que se vive no seu país de origem.
Estão editadas as três primeiras trilogias, cada uma com um tema central ("Primeiras Pedras", "Jovens unidos" e "Utopia e poesia") que se vai percebendo ao longo da leitura das mesmas, e que acompanha o crescimento da personagem principal em diferentes contextos.
Aconselho vivamente a leitura, pois mistura elementos de um policial com temas muito actuais, para além de ser muito diferente das habituais colecções juvenis, como o Harry Potter ou o Crepúsculo ( não que eu não goste, do Harry Potter, pelo menos!), desligando-se mais da fantasia e contando uma história que podia perfeitamente ser real, mas ainda assim com mistério e encanto. Acho que contribui para a formação dos jovens, ajuda-nos a ver para fora da nossa redoma diária e pensar em temas que porventura não abordaríamos normalmente. Pelo menos foi assim comigo quando comecei a ler a colecção na altura! :)

Boas leituras,

XO
Pixie

Cabelo

Sim, é verdade, cortei o cabelo. Depois de ouvir os lamentos da minha mãe a pedir que não o fizesse, que estava muito bonito como estava, ainda assim rumei à cabeleireira do costume e imaginem o ar de espanto que ela não fez quando lhe disse que o queria mais ou menos pelo meio do pescoço. Sim, é uma mudança radical, para alguém que passou os últimos anos com o cabelo muito longo e sempre a fugir à tesoura. Depois de perguntar umas três vezes se eu tinha mesmo a certeza (lol), começou o trabalho e o resultado não me podia ter agradado mais!
Ficou mais ou menos assim:

(Ok, eu não sou a senhora Charlize, linda de morrer, mas o penteado é muito semelhante, visto que tenho cabelo encaracolado e sou loira, mas não tão platinada. O meu corte é ainda mais em bico, ou seja, mais curto atrás e longo à frente :D)

Ou seja, não se deu a catástrofe. Pode parecer parvo, mas foi quase como um momento de catarse para mim, o libertar de algo que esteve intacto tanto tempo e abraçar a novidade...limpar alguns pensamentos negativos.
Quem é que disse que um bom corte de cabelo não faz milagres?

Já agora, aproveito para vos desejar um bom ano e (resto =P) de feliz Natal.




segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Claridade




O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.

José Luís Peixoto, em A Criança Em Ruínas

Curiosamente, conheci José Luís Peixoto não através da prosa, pela qual é tão amplamente conhecido, mas pela poesia. Este pequeno livro de poemas, no qual figura o poema acima, foi-me oferecido por alguém muito querido, por isso ainda mais significado têm as suas palavras para mim. De uma forma naturalista e simples o amor é descrito neste poema por uma metáfora linda, o amor como a luz, a natureza, a vida, o sonho etéreo. Sinto um carinho imenso latente neste poema, mais do que a sexualidade presente noutros poemas, um carinho quase infantil e doce, uma retrospectiva a partir da felicidade.
Gosto muito, mas muito dos poemas deste autor. Gosto muito das suas crónicas. Agora, chicoteiem-me, não gostei nada do  "Nenhum olhar" , o grande best-seller. Achei-o muito confuso, não consegui dar um sentido à história, pareceu-me forçosamente rebuscado...por isso, digo que se tivesse tomado conhecimento deste autor através desta obra, tinha uma opinião completamente diferente, talvez.
Estou a ler o "Cal", que uma amiga me ofereceu. Até agora gostei de algumas partes, mas mesmo assim ainda me parece um pouco desconexo, do género de um livro de recortes e memórias. 
Porém, estou bastante curiosa com o novo que agora saiu, o "Livro", já ouvi críticas que afirmam que neste romance se rompe um pouco com o tema base do autor, que é a ruralidade(/morte/sentimento de perda), sem sombra de dúvida. Espero para ver. Já alguém o leu? O que acharam?

Até mais,
Pixie


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

1





Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama

Sebastião da Gama não é um dos poetas mais conhecidos da praça. Mas isso não significa que não seja um dos que melhor sabe descrever o sonho e a sua matéria, bem como a vontade inesgotável de o alcançar. Setubalense de Vila Nogueira de Azeitão, morreu precocemente, aos 28 anos vítima de tuberculose, com a vista a pousar no Portinho da Arrábida. Os seus poemas tinham um cariz popular que muito me agrada, com palavras simples e com uma métrica tradicional, e assim mesmo disse tanto e tão belo! Aliás, não são as coisas simples as mais belas?
Pelo sonho é que tento ir sempre, de pés na terra, mas de sonhos bem ao alto. Pode existir a incerteza, mas se não tentarmos, ficará sempre a mágoa do que poderia ter sido, e nada pior que isso.
Teve aqui o seu lugar, bem merecido na minha óptica.
Honremos o seu conselho: Partamos, vamos, sejamos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ah, e só porque me apeteceu...

...partilhar uma coisa boa :)
Adoro música, de muitos estilos, mas gosto muito da chamada world music, principalmente de raízes celtas, mediterrâneas ou até mesmo árabes...cada zona do globo tem o seu encanto!
Fiquem com esta versão de "Scarborough fair":


Maquilhagem e produtos de beleza #1

Eu não gostava muito de maquilhagem, até há algum tempo atrás. Mas sempre gostei de vernizes de unhas, por outro lado. Sempre fui muito prática, sem grandes produções, gostava era de me sentir confortável! Até ao dia em que uma amiga me maquilhou ( e mãos de fada tem ela!!) para uma festa à qual íamos, depois de muitos protestos da minha parte, que queria algo mesmo muito simples. Só usava o típico lápiz preto para acentuar os olhos e algum gloss de vez em quando. E não é que gostei do resultado, e me senti leve e bonita até ao final da noite?
Depois começaram as minha modestas incursões ao mundo da maquilhagem, que é também uma arte.
Experimentei algumas marcas, umas mais caras, outras mais acessíveis ( Maybelinne, L'Oreal e afins) mas a que mais me agradou, principalmente pela relação qualidade/preço foi a Essence. É uma marca pouco conhecida ainda no nosso mercado, vende-se essencialmente em parafarmácias e lojas de cosmética de rua ( digo eu, na minha zona pelo menos é assim). Estes são alguns dos produtos favoritos:

Esta é um removedor de verniz, mas com a particularidade especial de ter um cheirinho muito agradável! Falo por mim, odeio o cheiro activo da acetona, por isso foi uma boa descoberta. Existem mais dois aromas diferentes, este é o meu favorito.


E depois de retirar os restos...vem o belo do verniz novinho! =)
Gosto muito de vermelhos escuros, tons arroxeados, castanhos e cinzas, principalmente no inverno. Este tem alguns brilhantes, mas é muito bonito e seca relativamente rápido.


E, por fim, vem a aquisição mais recente e essa tem mesmo a ver com a maquilhagem propriamente dita! Esta máscara é um espectáculo! Para separar mesmo bem as pestanas, alongar e sem grumos! Dá um ar muito elegante e sensual ao olhar...é a que dá o efeito que mais gosto, e o melhor é preço: 3,90 euros!

Por isso, não temos de gastar fortunas para ficar bonitas e nos sentirmos bem na nossa pele. A Essence tem outra vantagem, para amantes da natureza como eu: não testa os seus produtos em animais. Penso que as preocupações ecológicas e éticas das marcas que consumimos são importantes para a confiança que depositamos nelas.
Deixo então o repto: se puderem, experimentem, podem até não se tornar fãs como eu, mas se sim, são mais uns trocos que ficam na carteira. =P

Até mais

Pixie*

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Venha o que vier...


Deu-me Deus o seu gládio, por que eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são seu nome
Dentro em mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.


Fernando Pessoa, in Mensagem


Este poema, outro dos meus predilectos, pelo seu cariz heróico e pela sua mensagem de coragem e de não sucumbência à desistência. Adorei a Mensagem quando a abordei no secundário. Foi a minha matéria favorita, aliás, Português sempre foi das minhas disciplinas do coração. E hoje sinto-me assim, qual infante D. Fernando, preparada para tomar o mundo, para reclamar algo melhor, que eu deseje. É boa esta sensação.
Isto para dizer que tomei algumas resoluções:

Ponto nº1: preciso mesmo de fazer uma dieta. Parece o eterno cliché das mulheres, mas garanto que é verdade. Não é que seja muito pelo estético, porque não me incomoda...o que já me incomoda é subir alguns lances de escadas e ficar a arfar cinco minutos. E não me ando a sentir com energia, aquela energia saudável. Por isso, aqui me comprometo a cuidar melhor da minha linha e, por conseguinte, da minha saúde.

Ponto nº 2: Vou cortar o cabelo. Futilidade à parte, eu pertenço àquela irmandade de mulherio que desespera cada vez que a cabeleireira esponta mais um milímetro do que foi pedido ( ou invento o milímetro...no coments xD). Tenho o cabelo para o encaracolado, não muito definido, infelizmente e muitooo comprido, pelo meio das costas. Pode ser de útil informação o facto de até à algum tempo atrás ter tido um look assim um pouco alternativo (aka a atirar para o gótico), mas não se enganem, que gosto de umas boas gargalhadas, não ando sempre a chorar pelos cantos ( embora às vezes não pareça muito amigável à primeira vista...tenho que ser "cativada", que posso dizer?). Concluindo, o cabelo, que já não vê tesoura há algum tempo, está mais espigado que as espigas nos campos...já nem com máscaras disto e daquilo vai lá.
Depois relato a experiência no cabeleireiro ( o trauma ou o triunfo ahah!)

Ponto nº3: Vou começar a fazer voluntariado. Mesmo. Já é algo que anseio fazer à muito, e acho que se enquadra comigo. Algo do género da Cruz vermelha, ligado à saúde ou às crianças e idosos.

Ponto nº4: Vou recomeçar os meus velhos hábitos de leitura, e para isso, livros técnicos não contam! Que básicamente é o que tenho lido nos últimos tempos...Vou-me entregar novamente aos meus grandes autores, os que sei que não me desiludem com umas horinhas bem passadas com o livro na mão. Exemplos: Jorge Amado, Jorge Luís Borges, Luís Sepúlveda, Torga, Saramago, Mia Couto, José Luís Peixoto, Margarida Góis ( pouco conhecida, mas com uma colecção fantástica! Hei-de falar dela noutro post), and so on....

Ponto nº5: Este é dedicado à dinamização do blog. Vou iniciar uma pequena rúbrica ( muito humilde rúbrica), com um poema que me diga alguma coisa (eu sou uma pessoa da poesia...adoro este género), com respectivo comentário, mas atenção, sou uma leiga no assunto, comentário à temática!

Creio que por agora é tudo =)

Pixie

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A nossa casa.


É linda, de tirar a respiração. Mas, como a maior parte das coisas belas, é de uma grande fragilidade. Tem de ser protegida, cuidada, amada. Como dois irmãos se amam, na pureza de uma infância que se prolonga.
Cuidada como um progenitor que quer o melhor para a sua cria. Protegida, como se nas nossas mãos repousasse segura.
Não me quero armar em moralista, porque como quase todas as pessoas que vivem em cidades, o nosso estilo de vida compreende um conjunto de factores sem os quais não podemos viver, devidamente integrados na sociedade: electricidade, água canalizada, indústria, tecnologia…no entanto, já existem tantas alternativas mais saudáveis para o ramo das energias, por exemplo, que não se justifica a quantidade de gases propulsores do efeito de estufa que são enviados para a atmosfera. E Portugal, digo-o com orgulho, é dos países pioneiros no mundo em energias renováveis. Porém, infelizmente, todos sabemos a força que a economia e dinheiro têm, e claro que não interessa a certos magnatas partir para este tipo de alternativas…uma pena, porque se esquecem do mais importante, as gerações futuras, que estarão altamente condicionadas pela poluição!
Depois, temos ainda um outro capítulo, o da razão do desenvolvimento científico. Para que é que queremos nós os achados da ciência, afinal? Para curar, para uma melhor compreensão da Terra para a sua gestão sustentável, para harmonizar o planeta, ou será para destruir, para criar guerra, que não só aniquila pessoas como esta nossa casa ( falo da energia nuclear)?
A meu ver, temos que parar, por muito que custe à nossa espécie, de nos colocarmos no centro de tudo. De achar que somos mais, que somos os “special ones” :P, que o mundo gira por nossa causa. Lembremo-nos que somos inquilinos recentes do planeta Terra, que provavelmente aparecemos devido a uma anomalia genética, isto para quem é adepto da evolução segundo Darwin, e eu sou. A sua perspectiva mudou muitos conceitos na sua época. Mas não o suficiente, talvez.
E como um outro fenómeno da Disney dizia: “Tu pensas que esta Terra te pertence, que tudo é um ser morto, mas vais ver…que cada pedra, planta ou criatura, está viva, tem alma e é um ser!”
Concluindo este tratado (eheh), temos o direito de chamar o nosso lar a esta esfera imperfeita, mas que é a única que possuímos. Façamos por merecer este direito.
(Bem, pode ser que daqui a algum tempo façam camaratas na Lua…mas eu não me candidato a ser a primeira a experimentar :D)


*Isto surgiu depois de ter saído do trânsito abismal de uma grande cidade, repleto de fumo e cinza =S



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Saudade.

(imagem de um graffiti de Amália, a eterna voz da saudade)


Viver de saudades é não viver. É sufocar, é parar quando o tempo não permite essa paragem, e acordar demasiado tarde. Já vivi em saudade. Agora, muito menos.
Ao ler este post, num blog que já leio há muito, (mas só agora oficialmente :D), apercebi-me do quanto gastei a minha vida e a minha pessoa a viver em função de uma recordação que já não irá passar disso mesmo, porque por mais que Pilar tenha amado José, a vida compreende a morte, e, feliz ou infelizmente, temos de aprender a lidar com ela da melhor forma, de forma a que quem vá não nos leve ( emocionalmente) com ele. Foi uma aprendizagem dura que tive de impôr a mim mesma para sobreviver, para ter a vida em plenitude e sem rancor com o passado. Detestei, cheguei a odiar o passado, as circunstâncias da vida que me tinham levado até a tua pessoa. Porque já não estavas, e eu fiquei, depois de tanta luta, de tanto amor, fiquei sozinha. Não é assim que todos acabamos? Em solidão? Vida ingrata. Mas continuei, engoli lágrimas, chorei as que quis, até atingir a clareza na minha mente: sou jovem e tenho a epopeia da vida para ser FELIZ. Se não estamos cá por isso, para pôr a mecânica das emoções em movimento, para que estamos afinal? Para quê ser triste quando se pode ser alegre, para quê espalhar vibrações negativas, quando temos o poder de animar a multidão e de nos surpreendermos a nós próprios?
Parece fácil, dito assim. Quando o dia reina lá fora, enquanto o sol brilhar, e enquanto os sorrisos daqueles que amo brilharem ainda mais nas suas caras, eu serei a alma da festa, a pessoa mais feliz. Quando a noite cair, quando tocar aquela música no MP3, aquela e mais nenhuma, lembrar-me-ei do dia que passou e no quanto lutei por um sorriso ou gargalhada e desejei baixinho que também a tivesses sentido. E aí posso permitir-me uma lágrima ou duas, mas de felicidade em memórias que me doem e me aliviam ao mesmo tempo.
E eu sou feliz, hoje. Porque te amei e te deixei sê-lo também. No meu supremo altruísmo.
Enquanto falo despreocupadamente de ti, sinto o quanto cresci. Oh, cresci tanto! Já não sou a miúda confusa e insegura que fui.
E enquanto primo as teclas do computador, sinto que me olhas com orgulho, quase por cima do ombro.
Sorris.


 (Por alguma razão, saudade só se escreve em português)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Candy cotton tree, for a light dream



Sou abençoada, mesmo que não o sinta agora. Hoje comecei a pensar, no meio de um dos meus ataques de melancolia (temperados pela maldita TPM), o que é que eu tinha como razão para me sentir mal, para me sentir diminuída e menos válida do que os outros. Sou saudável, tenho cérebro, até nem sou feia. E tenho as melhores pessoas do mundo à minha beira. Perfeitas, porque se combinam perfeitamente comigo. Que me ajudam e só me querem ver feliz. E estou a lutar por um sonho. Ah, que com tanta porcaria que me tem assolado a cabeça nos últimos tempos, já me ia esquecendo dos meus sonhos. Mas eles trouxeram-me irónicamente, de novo a mim. E são tão doces, sabem tão bem.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

The sea inside.


O mar, que me engole no seu abraço de fim de tarde, o início e o fim dos tempos. Arrasta consigo a tempestade que observo agora, poderosa como só a natureza pode ser, impetuosa e bela.
O mar é o meu sangue, parte da minha vista e das minhas gentes. Faz parte da minha memória cultural, das histórias à noitinha, da minha querida avó. É quase irónico, não é avó? Tanto amares quem tanto te roubou ao amor. Mas faz parte de nós, os que nascemos e perecemos aos seus pés embalados.
Existem os do monte, de costas vergadas pela gravidade, de sorrisos enrugados tão antigos como o próprio tempo, os que amam a terra onde se hão-de deitar um dia talvez. Nós somos os que o horizonte chama. Somos os do mar. Para sempre.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Perfumes #1

Sou uma amante de perfumes, confesso. Se o dinheiro abundasse por estas bandas, seria em parte gasto em perfumes, relógios, livros, CDs e viagens! Estas são algumas das coisas que mais gosto...mas hoje, que já estou num ânimo mais levezinho, vou falar dos meus perfumes favoritos:

Este é o Ralph, da Ralph Lauren, mais conhecido que o tremoço, mas foi o meu primeiro "perfume a sério", comprado por uma amiga já há uns anos e ao qual me manti fiel muito tempo. Gosto de cheirinhos leves, mais para o frescos ou doces mas não muito fortes, senão enjoo ( e eu enjoo com relativa facilidade :s).
Mas eis que apareceu este há bem pouco tempo, e adorei o aroma ( fiquei fã da gama):


Adocicado, mas nada forte, como se quer!
E por último, o ambicionado: ( vou ver se alguma alminha caridosa mo oferece, nem que seja umas amostras, já que o tempo é de contenções, eheh =P)


ADOREI! Senti curiosidade por experimentar pois gostei imenso da publicidade que passava na televisão ( só para ver como os publicitários são espertinhos), senti-me identificada pela brancura, pelas linhas simples...
Bem, por agora é tudo!
Até mais,

Pixie

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Demissão do governo em França e outras inferências...


Hoje estou assim um bocadinho com veia de sindicalista, por isso vem daqui uma opinião exaltada eheh =P
Soube-se há poucos dias da demissão do governo francês, aceite pelo presidente Sarkozy...enquanto via as imagens das inúmeras greves e manifestações em Paris e pelo resto do país, não pude deixar de sentir admiração pela coragem e pelo espírito cívico daqueles cidadãos e cidadãs. Pelo seu poder reinvindicação, de luta pelo que acham certo. Não foi afinal França o berço da república e dos direitos do Homem? E os franceses bem que sabem defender essa herança. Já os portugueses....tudo bem que me digam que a nossa situação económica não é a melhor, ainda estamos pior do que os franceses e o célebre " para quê barafustar? Eles fazem tudo na mesma e perdemos um dia de ordenado". Ora bem, nós estamos pior, mas sinceramente acho que foi por que deixamos que isso acontecesse! Houveram outros países na Europa ( tal como a Alemanha, por exemplo) que também estiveram mesmo na mó de baixo e souberam renascer das cinzas. Mas nós, que nunca estivemos mesmo, mesmo em baixo, contentamo-nos com o mais ou menos. Isso é a meu ver o pior erro! Isso, e renegar o maior direito que a democracia nos trouxe ( sim, a democracia não trouxe só a possibilidade de podermos opinar como nos apetecer), o direito ao voto!!
E observo que tanta gente se queixa, mas chega o momento de poder fazer algo acerca do destino do país que todos amamos( eu, pelo menos) e falham a votação. Como é que alguém se pode queixar sem ter feito nada para tentar mudar a situação? E mais engraçado, também existem aqueles que são apologistas do "votar no mesmo até morrer, mesmo que faça uma m**** de todo o tamanho" e depois também gostar de molhar a sopa, e foram os mesmos que os puseram lá...há que respeitar. Mas confesso que me causa alguma urticária. Nós, que fomos os pioneiros na expansão marítima, que fomos vanguardistas e somos em tantas áreas, que fizemos já tanto de bom, não devemos ir buscar, nem que seja um cheirinho do espírito francês e reclamar aquilo a que qualquer pessoa deve ter direito, uma vida digna? Uma pessoa que trabalha e mal recebe para sobreviver, que raio de dignidade é que isso tem??
E, sendo eu um bocado leiga nestes assuntos, clarifiquem-me: porque é que o governo diz que esta é a única alternativa? Que matar pessoas à fome, deixa-las sem acesso à saúde e à educação, criar cada vez mais segregacionismo social é a única maneira de levantar o país? Parece-me irónico, quando vemos na televisão e não só os lucros que algumas empresas estão a ter, tal como o sector bancário, e a eles ninguém lhes tira nada, que, coitaditos, só conseguem comprar meia dúzia de jaguares ou ferraris por mês....
Povo português, é a hora! ( desculpem a reminiscência Pessoana, lol)!
Temos que nos mobilizar, juventude, toca a acordar! Eu já votei, já fiz greve, já andei a distribuir panfletos.
Unidos faremos a força.

Já agora, um dos meus poemas favoritos de sempre, que leio sempre a que a força me falta, que a garganta se aperta...a mim ajuda ( ah, o poeta é Torga, esse grande, grande senhor da literatura portuguesa):

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.

Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na tua tragédia se redime.

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!

Miguel Torga in Poemas Ibéricos, 1965

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

And why are faith, trust and pixie dust so important? =P

Explicando um pouco melhor o nome do blog, posso começar por dizer que, como é óbvio, o Peter Pan é e será o meu filme da Walt Disney preferido de todos os tempos! :P Já li inclusivamente o livro, e encanta-me a sua mensagem tão forte, tão pura e verdadeira, já para não falar nas metáforas incríveis que J.M. Barrie inventou para explicar a problemática do crescimento. Falando um pouco sobre isso, acho genial a forma como o descreveu, pois eu senti muito isso durante o meu próprio crescimento, e como sempre fui muito ligada a sonhos e à imaginação, pôr os pés na Terra era-me complicado por vezes. Abstraía-me muito da realidade enquanto criança e houveram também alturas em que não quis crescer, porque o crescimento implicava responsabilidade e menos tempo, cada vez menos tempo para fazer o que realmente gostava. Por isso, entendo a perspectiva do Pan ahah J.
Igualmente, o mundo adulto é apresentado múltiplas vezes como menos ligado à emoção, mais frio, mais distante de sonhos, a estes não é dada na actualidade muita importância, devido também à vida difícil que as pessoas têm…e injusta, pois o esforço muitas vezes não corresponde ao sucesso e isso leva a crer que não vale a pena sonhar e sim viver para o dia a dia. E o tempo não espera, mais um dos “demónios” a implantar o medo da vida.
Por isso, tive de crescer, como todas as outras crianças. Com mais dilemas ou menos dilemas, com mais ou menos certezas, fui avançando.
Neste momento, a forma que encontro para manter vivo o Peter Pan que está dentro de mim, é através do meu estilo de vida, um estilo de vida que quero implantar e conseguir manter, o que não é fácil, pois somos atacados por vibrações negativas por todos os lados: ou é a crise, as catástrofes nas televisões, as injustiças sociais, a pobreza, a descrença e o individualismo!
Por isso, prometi a mim mesma não me deixar levar pela onda e sim tentar “sufar” à tona. Tentar ser o mais positiva possível por mais que a vida seja ingrata, tentar usar a cabeça em vez de me render aos problemas, sonhar muito que já é meio caminho andado para conseguir o que desejo, distribuir sorrisos que eles serão como uma cadeia. Que a justiça, a compreensão e a solidariedade me guiem e que acredite sempre!
Pois como já se sabe, com um pouco de fé, confiança e uma ajudinha de pó de fada, chegaremos aos nossos objectivos! =P


Ah, e já agora, uma música linda do filme “Return to Neverland”, que retrata bem este estado: “I’ll try”, por Jonatha Brooke.


yellow!

Olá!
Sou a Pixie, e acredito na vida e no que ela me pode dar. Acredito no poder de um sorriso e na força para além de um abraço. Na chuva, no vento, nas árvores, na Natureza. Na música e nos bons momentos, em gargalhadas. Em crianças felizes e alimentadas, com um tecto e educação. Com idosos pacíficos e dinâmicos. Em pessoas de bem com a vida, por assim dizer. Esta é a minha utopia. Vens torná-la realidade comigo? :)

Este blog será como que o meu diário das minhas experiências e emoções, local onde colocarei opiniões e devaneios. Nunca fui pessoa de manter diários, but i'll try!

Até já!